17 junho 2007

A good year - 2006

Às vezes pensa-se que se tem tudo e que de nada precisamos até sermos confrontados com a falta de algo que nunca nos passou pela cabeça.

Max Skinner (Russell Crowe) tem tudo, ou pelo menos pensa que tem tudo o que quer até ser confrontado com a morte do tio que ele tanto adorava na infância e que ao longo dos anos lhe foi perdendo o rasto.

Este empresário de sucesso londrino é chamado à Provence para herdar a herdade e a vinha do tio. Ele sai de Londres com o único propósito de ver o estado da propriedade e prepará-la para a venda quando se depara com o seu passado e constata que ali foi o único sítio onde foi verdadeiramente feliz.

Tudo corria de feição até Max ser confrontado com as suas memórias, com Christie Roberts (Abbie Cornish), a filha ilegítima do tio Henry e, principalmente, com Fanny Chenal (Marion Cotillard) por quem se apaixona.

De início Max pensa que...
Max Skinner: This place does not suit my life.
Fanny Chenal: No Max, it's your life that does not suit this place.

No entanto acaba por se perder de amores...
Max Skinner: Pardon my lips. They find joy in the most unusual places.

Ocean's 13 - 2007

No outro dia em conversa com uma amiga ela dizia-me que tinha gostado mais do Ocean's 11 do que do Ocean's 12 e eu informei-a que então vai ter a percepção que gostou mais do Ocean's 12 que do Ocean's 13.

Que mais haverá para fazer em Las Vegas que o grupo de Danny Ocean (George Clooney) ainda não tenha feito.

Desta vez, neste filme de Steven Soderbergh, a única figura feminina é a de Ellen Barkin no papel de Abigail Sponder, a braço direito de Willie bank (Al Pacino) tendo o filme ficado a perder sem as belissímas presenças de Julia Roberts e Catherine Zetta-Jones.

E quem é que se junta ao grupo para o transformar em Ocean's 13? O improvável Terry Benedict (Andy Garcia). Esse mesmo. Mas não se pense que ele se junta ao grupo por amizade, nem pensar. Terry tem sempre algo na manga e não faz nada à borla.

Neste filme Banks engana Reuben Tishkoff (Elliott Gould) e Danny resolve juntar a tropa toda para a vingança. Ao chamamento não falta Rusty Ryan (Brad Pitt), Linus Caldwell (Matt Damon), Livingston Dell (Eddie Jemison), Basher Tarr (Don Cheadle), Yen (Shaobo Qin), Virgil Malloy (Casey Affleck), Turk Malloy (Scott Caan), Frank Catton (Bernie Mac) e Saul Bloom (Carl Reiner).

Para completar o grupo de 13, a equipa pede ainda ajuda a Roman Nagel (Eddie Izzard).

Não é um filme para os Oscars mas é um filme para uma tarde bem passada com vários momentos de comédia bem conseguida.

Zodiac - 2007

A tagline deste filme de David Fincher é bastante ilustrativa de toda a história do filme, There's more than a way to lose your life to a killer. Na realidade, foram várias as personagens que lidaram com este caso real que viram a sua vida completamente virada do avesso.

Zodiac foi um assassino que aterrorisou a cidade de S. Francisco entre os anos 60 e 70 matando aleatoriamente, como se pensava na altura. Mas será que seria assim tão aleatoriamente.

O filme é baseado nos livros de Robert Graysmith. Este jornalista do San Francisco Chronicle passou vários anos da sua vida a tentar descobrir que era este assassino brutal.

Graysmith foi protagonizado por Jake Gyllenhaal e Paul Avery (o outro jornalista) foi protagonizado por um irreconhecível Robert Downey Jr..

Graysmith ia perdendo a família, Avery mergulhou no mundo do alcoolismo e droga, o inspector David Toschi (Mark Rufallo) quase que perdeu o emprego e o inspector William Amrstrong (Anthony Edwards) acabou por pedir uma reforma antecipada.

O filme é demasiado extenso e fica-se com a sensação de que todos teriam a ganhar se algumas cenas tivessem sido cortadas. É tudo muito do mesmo a partir de certa altura do filme. É, no entanto, um bom filme para os amantes de estórias verídicas sobre assassínos.

O Mistério da Estrada de Sintra - 2007

Este filme de Jorge Paixão da Costa retrata Lisboa do século XIX, nomeadamente a alta sociedade e como esta era permissiva a qualquer beliscadura de boatos.

No verão desse ano Eça de Queirós (Ivo Canelas) e Ramalho Ortigão (António Cerdeira) resolvem escrever a quatro mãos uma história que, até hoje, não se sabe bem qual o grau de veracidade da mesma.

Com a anuência de Eduardo Coelho (Nicolau Breyner), conseguiram publicar a crónica, em vários episódios, no diário de notícas.

O denominado folhetim avança sem que faltem as intrigas, os romances, as traições, os duelos, o sexo.

Este mistério que teve lugar na estrada de Sintra está brilhantemente realizado e interpretado, tendo em Vasco (José Pedro Vasconcelos) o elo mais fraco da película.